segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Que as palavras sejam perpétuas, até que o autor nunca mais escreva.
Que as luzes de tons mercúrios que contrastaram aquele anoitecer azul turquesa sejam perpétuos, até que nosso amor perdure.
Que o amor seja perpétuo, até o final do tempo
Que o tempo seja perpétuo, até acabar a bateria do relógio.

Que o sussurrar de novas promessas seja perpétuo, até que repousem no esquecimento
Que nossas memórias sejam perpétuoas, até que não existamos mais.
Que nós sejamos perpétuos, até que seu coração não esteja mais próximo.
Que a visão dos teus olhos puros seja perpétua, até que eu não exista mais.

Que eu esteja errado, para ter minha metade pela vida toda.
Que minha metade sente do meu lado, para que nossa vida seja perpétua.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Inexplicável se tornou o teor de amor e carinho pelo qual me vi embebido quando pude partilhar do meu mundo e você do teu. Vi você confortável, sorrindo naturalmente, agindo naturalmente, na redoma de um parque tão puro quanto nosso foco um pelo outro... poder ler teus atos, teus olhares, teus tons de voz e risadas silenciosas, hiper delicadas pelo fino trato no qual cresceu todos estes anos, pela sua postura para com as poucas diferenças que temos, pela surpresa quando eu faço questão de te ligar enquanto minhas veias correm com adrenalina numa descida de ladeira de skate, ou o teu olhar de quando eu não abri a boca e nosso gesto foi sincronizado, quase que subentendido... quase que como se um tivesse convivido com o outro por muitos e muitos anos. 

Que eu possa ter a honra de compartilhar estes muitos anos com o que há de mais bonito entre a gente, que eu seja teu ancoradouro quando vier de águas turbulentas e que tu seja o meu também, que sejamos cúmplices um da felicidade do outro, que sejamos testemunhas da total entrega diária que desejamos viver, que um seja fã do outro com as diferentes aptidões que a vida nos ensinou a ter, que eu abra mão das minhas eternas dietas para partilhar da sua vontade de comer batata frita e você abra mão do mau humor para caminhar comigo, só pelo fato de um querer estar com o outro, independente de como isso possa ser, mas o mais fundamental seja tido: sob a vontade manifesta do Todo Poderoso. 

Desejo também te surpreender mais vezes com dedicações de flores que nunca tenha olhado, por querer ornamentar ainda mais a perfeita natureza na qual Deus te fez.

Outra flor pra você. 

Acorde, bonjour. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Num sonho, perdi as coordenadas do teu coração... me vi perdido quando procurei o porto pelo qual me atraquei na ultima vez, corri nas memórias do meu sonho atrás de onde ti vi, procurei nos olhares que encontravam com os meus estarrecidos e aflitos, mas não vi o castanho... sentei na nossa cadeira... esperei por diversos carros, mas mon ange não estava lá... pensei que pudesse ter sido um daqueles sonhos que nunca mais sonhamos novamente, mas ao mesmo tempo não acordava, ao mesmo tempo meu coração era aflito, era um tambor no meu peito que recebia uma descarga de adrenalina desmedidamente... em nenhum dos lugares encontrei o meu abrigo... pedi a Deus, que rege toda existência, que recebesse minha aflição, e me tirasse o que fazia arder o peito, arder o sentido... Quando pensei que havia perdido minha conexão contigo,  sofria o que tu sofria, sem saber de onde vinha.... isso me corroia por dentro...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015


Num sonho, me peguei contando os segundos pra fugir do labor, corri pro metrô e me deparei com a troca de olhares mais intensa que já vivi... de um momento tão súbito recolhi cada pedacinho da cor dos teus olhos que não eram como a beleza assim determina, mas como meu coração se encheu de comprazimento, um castanho diferente de todos os outros, um castanho que me acompanhou na chuva, trocou risadas comigo, e voltou pra onde me perdi... como se fosse um porto que me deixou no ar e queria me atracar novamente a realidade. Fiquei no ar e vi dezenas de carros do metrô passando sem me importar... sem olhar pro relógio, sem querer ver que o tempo batia a cada segundo, portar um relógio e pensar nele como um enfeite... fazia tempo que o tempo não virava uma constante, onde eu o eliminava, e não uma variável que me prendia a contagem....



Sentei contigo e tive a sensação de ficar horas ali só olhando pro teu rosto... e por mais estranho que pareça eu achei mais prazeroso que qualquer outro momento que eu tenha vivido, um momento que a você deixou o tempo como constante também pra poder ir fundo e resgatar quem eu sempre fui. Num singelo segundo sua cabeça pairou nos meus ombros como se tivesse aliviada de ter me encontrado, como se não quisesse ter saído dali, como se quisesse correr comigo e nunca mais voltar pra opaca realidade que nos assola... passei a acreditar em coisas que não acreditava, pude ver a cor da sua alma, pude ir longe em você sem ter saído do seu lado daquele banco que era mais confortável que qualquer sofá de assinatura, pois estava ao seu lado, nada mais importava.

Rompeste o tempo com um beijo, um simples. Discreta como tu era ao mesmo tempo não te importava com as pessoas, pois era devota daqueles poucos minutos disfarçados de horas em nossas mentes que viajavam em outro momento, em outra lacuna do tempo... deixaram nosso sensorial desorientado, mas tudo carregado de uma pureza infinita, de uma leveza que vigorou enquanto esteve ao meu lado.Acorde, pois outros sonhos como estes estão pela frente...